segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Fase do Reconhecimento


Boa Noite, desta vez postei já um pouco tarde mas não consegui mais cedo :s

Foram precisos alguns meses a pensar no que andava a fazer, algumas pesquisas para me informar melhor sobre a bulimia (visto que já tinha alguns conhecimentos) e alguns sustos.

O meu maior susto e o que me fez de facto reconhecer que não estava bem e que precisava mesmo de ajuda, foi quando vomitei sangue. Às vezes quando vomitava deitava um pouco de sangue (devido ao esforço), mas nada significativo para mim, o pior foi num dia em que tive uma compulsão e fui vomitar, acabei por vomitar mais sangue do que o habitual, com medo parei, mas voltei a forçar e vi que continuava a deitar uma quantidade preocupante, acabei por entrar em pânico e não vomitar o resto. Como interrompi o vómito passei muito mal a noite, no dia seguinte quando acordei estava super indisposta e mal conseguia comer, ainda fui lanchar com o meu namorado um chá com um pão (sem ele ter conhecimento do que se tinha passado). Depois do lanche comecei a ficar cada vez mais mal disposta e com mais dores de estomago, que estavam insuportáveis.

Achei que devia de contar e assim o fiz, naquela altura só me apetecia escavar um buraco e esconder-me. Senti tanta vergonha e tão fraca da cabeça por chegar a este limite que não sabia o que lhe dizer mais. Mas ajudou-me bastante e ainda hoje me ajuda muito :)

À noite quando me fui deitar, mal me deitei na cama comecei a ficar com suores e com muita vontade de vomitar só tive tempo de me levantar e acabei por vomitar no chão (SEM SER PROVOCADO), tinha-me parado a digestão devido ao episódio do dia anterior. Como estava num estado muito mau, chamei a minha mãe para me ajudar e para me dar um chá de forma a acalmar o estômago. Depois de alguma conversa com ela disse-lhe “mãe eu estou assim porque tenho bulimia”, a minha mãe ficou em choque (como qualquer mãe deve de ficar, não se está há espera que uma filha ou um filho tenha um distúrbio alimentar). Ela ficou de tal forma que começou a negar a dizer “tu vomitaste porque estás mal, não significa que tenhas bulimia”, tive que lhe explicar tudo até que acabou por “aceitar” e ver que realmente estava doente e precisava de ajuda o mais rápido possível.


No dia seguinte tinha uma consulta no médico de família, a minha mãe foi comigo e acabei por dizer à médica o que se passava (já era o que ia fazer mas sem ninguém saber), ela mandou-me logo para um hospital em que tem mesmo especialidade em psiquiatria de Distúrbios Alimentares, foi a melhor coisa que me fiz, contar e pedir ajuda pode ser difícil mas mais cedo ou mais tarde temos que o fazer, porque é algo que não se cura do dia para a noite e necessita de bastante trabalho.






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